segunda-feira, 8 de novembro de 2010

para que eu continue de pé

Eu preciso acreditar que existe um céu diferente para onde vão os animais e as plantas mortas. Eu preciso acreditar que este céu é uma espécie de chácara, bem grande, da qual meu pai é o caseiro. Eu preciso acreditar que lá tem um grande lago, onde meu avô pesca. Eu preciso acreditar que eu só existo para, um dia, encontrar todos por lá. Eu preciso acreditar que não é um padre quem poderá salvar a minha alma que agoniza, mas a grandeza de ajudar quem sofre mais do que eu. Eu preciso acreditar que o poço que abriga a água da minha sede está logo ali, é só caminhar. Eu preciso acreditar que a minha missão é importante. Eu preciso acreditar que nada vai mudar, se eu não me mexer. Eu preciso acreditar que minha existência seria bastante vazia, se eu não tivesse a mente tão perturbada. Eu preciso acreditar que a paz existe, ainda que eu não a conheça. Eu preciso acreditar que tudo o que eu amo não se acabou, e não vai se acabar... nunca.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

sobre tudo aquilo que eu detesto no fim de ano

Ontem eu estava no supermercado e me perdi da minha mãe (hábito cultivado por mim desde 1994). Me perdi porque me distraí com a luz, os enfeites e a música melancólica da grande árvore de Natal. Senti vontade de jogar tudo aquilo no chão, até que parou na minha frente uma menininha que gargalhava e tinha uma luz rara nos olhos. Era eu.